
Advogados com Direito… à Palavra – Entrevista a Daniel Garleanu
Daniel Garleanu é advogado associado da CEG&Associados desde janeiro de 2019. Trabalha nas áreas do Direito do Trabalho, Direito Penal e Contraordenacional, Direito Internacional e Registos e Notariado, mas admite que gostaria de explorar o Direito Fiscal.
Na sua entrevista ao Advogados com Direito… à Palavra fala-nos sobre qual é para si o pilar da relação advogado-cliente, deixa as suas previsões sobre o futuro do Direito e faz uma introspeção sobre o percurso trilhado nos últimos anos.
A sua formação passa pelo Direito do Trabalho, Direito Penal e Contraordenacional, Direito Internacional, Registos e Notariado, entre outros. Há alguma área com que goste especialmente de trabalhar?
As áreas em que tive formação e exerço as minhas funções, são de facto todas desafiantes, cada ramo com as suas especificidades.
Não obstante os respetivos desafios, o Direito de Trabalho, o Direito Penal e Contraordenacional são áreas que exigem um conhecimento aprofundado, atenção ao detalhe, estando inerente uma responsabilidade acrescida para com os nossos Clientes, algo que me desperta vivamente a nível profissional.
Estas três áreas do Direito são as que valorizo e dou maior ênfase, devido à satisfação com que executo as minhas competências técnico-jurídicas e o rigor acrescido que advém das mesmas.
Que conselho deixaria a quem quer abraçar a área do Direito?
A Área de Direito abarca muitas áreas profissionais, sendo um dos cursos que concede mais saídas profissionais no mercado de trabalho.
Para quem planeia seguir a advocacia, o conselho essencial que poderei legar é que cada estudante de Direito, antes de abraçar este projeto profissional, deve questionar se efetivamente gosta e vibra com Direito em geral, pois apenas desse modo poderá ser um ótimo Advogado, trabalhando por gosto e ultrapassando todas as adversidades com que nesta área nos deparamos.
Cada estudante de Direito, antes de abraçar este projeto profissional, deve questionar se efetivamente gosta e vibra com Direito em geral, pois apenas desse modo poderá ser um ótimo Advogado.
O seu percurso profissional começou em 2016, também num escritório de advogados. Que lições tira dos últimos 6 anos?
Embora não se trate de uma lição que tenha tirado, mas sim uma postura que sempre tentei deter antes e durante o exercício da profissão de advocacia, é essencial adquirimos todos os dias novos conhecimentos, mantermo-nos atualizados, isto porque as leis mudam quase diariamente, e por esse motivo, nós como Advogados também temos de nos adaptar e estudar, quotidianamente.
Qual é a premissa básica de uma boa relação entre advogado e o seu cliente?
A Confiança recíproca entre o Cliente e o Advogado é um princípio basilar.
O Advogado deve dar a sua opinião honesta sobre o merecimento do direito ou da respetiva pretensão do Cliente.
Por outro lado, o Cliente deverá igualmente ser verdadeiro para com o Advogado, sem ocultar quaisquer detalhes, pois caso assim não suceda poderá prejudicar o próprio ou o resultado da sua pretensão.
Assim, a Confiança é essencial advir de ambas as partes, característica que determina uma boa relação entre o Advogado e o Cliente.
Dentro do Direito, que áreas gostaria de explorar que ainda não teve oportunidade? E porquê?
Direito Fiscal. Trata-se de uma área em que muito poucos advogados estão especializados em Portugal, e atualmente é essencial desenvolver competências técnico-jurídicas neste ramo do Direito.
Isto porque na nossa sociedade existem constantes alterações e desenvolvimentos tecnológicos, ao ponto de, presentemente, termos moedas digitais a circular no mercado, sendo possível adquirir imóveis com as respetivas moedas, acabando por ser uma área fulcral e na minha opinião muito interessante, essencialmente do ponto de vista jurídico-legal, quanto às questões e problemáticas que possam advir destas adaptações ao mundo atual.
Confiança é essencial advir de ambas as partes, característica que determina uma boa relação entre o Advogado e o Cliente.
Iniciou a sua licenciatura em Direito pela Universidade Lusíada de Lisboa, em 2011. Se pudesse, o que diria ao Daniel Garleanu de então?
Desde muito cedo sabia o que queria conquistar e era sempre de ideias concretas, por isso diria a mim mesmo que, sem dúvida alguma, estava num ótimo caminho por ter escolhido o Curso de Direito.
Acrescentaria igualmente que, a teoria que é lecionada ao longo do Curso de Direito, conjugada com a parte prática da Advocacia, torna-se ainda mais interessante no futuro e muitas vezes mais estimulante, e claro, algumas vezes desafiante às nossas próprias capacidades.
Recordo-me muitas vezes de que, durante o Curso de Direito era-nos apresentado casos práticos, de forma que conjugássemos com a parte teórica. Contudo, os processos tornam-se muito mais intrigantes quando estamos perante casos reais.
Por esse motivo, ainda que a minha escolha, à data, ia de acordo com os meus objetivos, atualmente, posso afirmar que a respetiva escolha ultrapassou na íntegra a minha expectativa.
Que futuro prevê para o mundo da advocacia? O que acha que vai mudar nos próximos anos?
As alterações no mundo da advocacia irão passar essencialmente pela adaptação das práticas jurídicas e judiciais ao mundo digital, onde a respetiva profissão terá de se ajustar ao novo mundo tecnológico e acima de tudo solucionar vários problemas legais que poderão advir dessa evolução.
Um desses grandes exemplos e que tem sofrido grandes adaptações, é a cyber criminologia, tendo-se tornado o grande foco nos países europeus, com grandes investimentos no combate à cyber criminologia.